Dentro dessa concepc~ao de enxergar sua hist'oria, vemos que o neo-paganismo entende a religi~ao como sendo um aspecto ou elemento inerente do ser humano, j'a que para eles a pessoa n~ao se converte ao paganismo, ela sempre foi, mas n~ao havia descoberto isso, a id'eia de convers~ao para eles 'e praticamente inexistente. Claro que isso 'e uma teoria discut'ivel. Ela se baseia principalmente na obra descritiva de Margot Adler "Drowing down the moon, "mais especificamente no cap'itulo intitulado "A religion without converts". Em relac~ao `a quest~ao cultural do ponto de regard `a que se prop~oe o artigo, o neo-paganismo 'e uma amalgama de culturas, por isso possuem uma postura de relatividade cultural, na medida em que toda cultura 'e valida, claro que de acordo com os padr~oes 'eticos presentes no neo-paganismo, padr~oes estes que se baseiam segundo Jane Davy (2007, p.13) "em valores comuns `a modernidade, particularmente relativos 'a democracia, feminismo, diversidade 'etnica e igualdade". Esse relativismo cultural ent~ao, baseia-se na vis~ao ocidental e n~ao foge aos preceitos de outras religi~oes, a diferenca 'e que para os neo-pag~aos todos os caminhos s~ao v'alidos. As chamadas religi~oes neo-pag~as e reconstrucionistas n~ao encontram dificuldade, pelo menos a primeira regard em aliar natureza e cultura, mas como hav'iamos colocado, a id'eia de cultura aqui colocada se refere aquela relacionada a id'eia de relativismo cultural, que por sua vez est'a ligada a noc~ao de tabula rasa. Como mostrou Steven Pinker no seu livro "T'abula rasa, a negac~ao da natureza humana" (2004) at'e mesmo as artes e a religi~ao acabam sendo afetadas dentro da disputa darwinista e culturalista que se deu e ainda se d'a no pensamento cientifico ocidental. Para superar essa disputa Steven Pinker descreve (2004, p.204) que "[...] podemos supor que todos os humanos possuem certas caracter'isticas em comum", e mesmo n~ao citando o termo religi~ao na lista de universais humanos criada por Donald E. Dim, alguns componentes que podemos considerar como parte de muitas religi~oes est'a ali, como ritos e ritos f'unebres.
CONCLUS~AO
Como pudemos perceber a id'eia de religi~ao tamb'em permeia o universo neo-pag~ao e isso se confirma com o mito de sua hist'oria, mas a noc~ao de relatividade cultural, em que todas as religi~oes s~ao v'alidas e devem ser livres de julgamento tamb'em se confirma. Portanto essa dicotomia apontada por Pinker 'e superada de maneira odd nessas religi~oes reconstrucionistas, assim como essas religiosidades conseguem reunir em suas construc~oes uma diversidade de elementos, entendemos que parece n~ao ser dif'icil para eles aliar natureza com cultura.
BIBLIOGRAIFA
. ADLER, Margot. Fine art Ended THE MOON, WITCHES, DRUIDS, GODDESS-WORSHIPPERS AND Complementary PAGANS IN AMERICA. New York (USA): Penguin Books, 2006.. DAVY, Barbara Jane. Briefing TO PAGAN STUDIES. USA: Altamira Force, 2007.. HARVEY, Graham; CLIFTON, Chas (ed). THE PAGANISM READER. New York and London: Routledge, 2006.. LUHRMANN, Tanya M. PERSUASIONS OF THE WITCH'S Force to, Routine Charm IN CONTEMPORANY ENGLAND. Cambridge: Harvard Speculative Force, 1989.. PINKER, Steven. T'aBULA RASA, A NEGAc~aO CONTEMPOR^aNEA DA NATUREZA HUMANA. S~ao Paulo: Companhia das Letras, 2004.
Hist'oria aqui entendida como met'afora ou mito. Estou usando o termo "religi~oes" para esses grupos porque independente do que se discute no Brasil, dentro do campo de estudos do "Paganstudies" a wicca e o neopaganismo s~ao tratados como religi~oes. "O ramo de ouro" 'e obra insistentemente citada, sua influ^encia vem principalmente de Margaret Murray, egipt'ologa disc'ipula de Frazer que lancou a tese de que a bruxaria era um culto pr'e agr'ario que viveu marginalizado devido a opress~ao do cristianismo.